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Avaliação do Nissan March e Sandero Stepway: Saiba a opinião dos reparadores

Nissan MarchS 1.0 16V flex. O primeiro popular japonês da marca, fabricado no México, foi avaliado pelo reparador e proprietário da oficina FlexLub, Giancarlo Tognato, localizada no Itaim Bibi, zona sul de São Paulo.

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Por Da Redação


Avaliação da Matéria

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O motor SOHC de quatro cilindros em linha, de 999 cm³, fornece 74 cv de potência a 5850 rpm e torque de 10 kgfm a 4.350 rpm, não variando se abastecido com etanol ou gasolina. Possui comando simples no cabeçote, acelerador eletrônico e injeção eletrônica multiponto seqüencial.

O diâmetro e curso do pistão são, respectivamente, 69,0 mm X 66,8 mm, e a taxa de compressão é de 10,0:1. “Esse motor já é conhecido pelo reparador, pois se trata do D4D que equipa o Renault Clio, Sandero e Logan 1.0”, comentou Giancarlo.

Em avaliação, o motor se saiu bem na análise de emissões de gases. 

Acompanhe os excelentes índices obtidos. 

DIREÇÃO

A versão avaliada (March S), possui direção elétrica progressiva (mais leve para manobrar em relação à hidráulica ou eletro-hidráulica), que não rouba potência do motor.

Um motor de corrente contínua está acoplado diretamente à coluna de direção e não utiliza bomba, óleo, mangueiras, nem correias para seu funcionamento. “Se ocorre algum defeito no sistema de direção elétrica, normalmente é de origem eletrônica, principalmente em sua placa. Ela pode danificar-se por umidade, maresia, passar por um alagamento, etc. Quando isto acontece, na maioria das vezes não é possível consertá-la e é aconselhável então, sua substituição”, explica o especialista em reparação de direções hidráulicas, Dillen Yukio, da HandorTec.

SUSPENSÃO

Os eixos da suspensão são posicionados próximos as extremidades da carroceria para melhorar a estabilidade e aumentar o espaço interno. Na dianteira, possui suspensão independente do tipo McPherson, com amortecedores hidráulicos e barra estabilizadora. Na traseira, eixo de torção com molas e amortecedores hidráulicos, sem barra estabilizadora.

FREIOS

Na dianteira do March, os discos ventilados de 260 mm de diâmetro não apresentavam nenhum sinal de desgaste, mesmo o veículo estando com 15 mil quilômetros rodados. Já na traseira, há tambores de 203 mm de diâmetro.

O sistema de freio auto- ajustável, regula as pastilhas cada vez que o pedal é acionado e estas possuem indicadores de desgaste que avisam o momento de sua substituição, emitindo um sinal sonoro constante (parecido a um chiado), enquanto o veículo está em movimento, mesmo quando o pedal de freio não estiver pressionado.

GERAL

Uma coisa que chamou atenção do reparador no March foram os pneus. “O veículo avaliado possui pneus 165/70 R14 fabricados na China. Não que isso seja algo negativo ou positivo, nem influencie na avaliação, apenas uma observação, já que existem bons pneus fabricados no México, Japão e França”, comentou o proprietário da FlexLub, Giancarlo.

O sistema de escapamento deste Nissan possui articulações com molas, o que favorece a absorção de torções e reduz a transmissão de vibrações do motor ao veículo.Além disso, aumenta a vida útil do sistema, pois mantém este sempre vedado, evitando vazamento de gás e assim também, a corrosão precoce (o gás expelido contém umidade). Já o câmbio de cinco marchas, também é o mesmo utilizado pelos Renault.

Sandero 1.6 16v. Também levamos à oficina o Renault Sandero Stepway 1.6 16V. A avaliação foi realizada pelo reparador Alberto Trivellato, na oficina Suspentécnica, localizada no bairro da Vila Olímpia, em São Paulo.

O motor SOHC de quatro cilindros em linha, de 1598 cm³, fornece 107 cv (gasolina) e 112 cv (etanol) a 5.250rpm e torque de 15,1 kgfm (gasolina), 15,5 (etanol) kgfm a 3.750rpm. Possui comando simples no cabeçote, acelerador eletrônico e injeção eletrônica multiponto sequencial.  O diâmetro e curso do pistão são, respectivamente, 79,5 mm X 80,5 mm, e a taxa de compressão é de 10:1. “Esse motor já é conhecido pelo reparador, pois se trata do K4M que equipa o Renault Clio, Sandero e Logan 1.6 16v, o que facilita para encontrarmos peças no mercado de reposição”, comentou o reparador Alberto Trivellato.

SUSPENSÃO

É no quesito suspensão que conseguimos detectar as principais diferenças dessa versão do Sandero para as demais.

O especialista Alberto conseguiu identificar algumas importantes alterações na suspensão deste modelo: “nota-se que o diâmetro da barra estabilizadora é bem maior que aquela aplicada ao Sandero comum, embora a posição de fixação e formato do item sejam semelhantes”. Completam o sistema de suspensão os pneus 195/60 R16. 

“Isso permite que a barra seja mais resistente e corrija os movimentos da suspensão de uma maneira mais segura, no cascalho, terra e até em buracos, como é comum em nossas vias. Essa condição proporciona um movimento reduzido da carroceria assegurando uma boa dirigibilidade do veículo.

Percebe-se ainda que o prato de mola possuí uma diferença de curso. Essa relação permite um menor balanço da carroceria que, segundo Alberto, é um acerto diferenciado para as vias brasileiras. Além deste fato os amortecedores e molas conferem maior curso e aparentam mais robustez.

Os coxins do motor e câmbio não aparentam ter sofrido alterações, pois mantém as mesmas características e dimensões construtivas.

Nota-se ainda  que há uma bucha de apoio na suspensão, a qual aparenta ser um dos recursos que a Renault utilizou para tornar o Stepway mais alto”, disse Alberto.

Seguindo na linha da suspensão, Alberto ainda acrescentou: “o estabilizador torcional traseiro também apresenta diâmetro maior, conferindo maior resistência ao eixo. As bandejas também apresentam as mesmas características que a versão comum. Há ainda um reforço na fixação do quadro da suspensão. 

Podemos dizer que, em resumo, os dois sistemas são análogos, porém, na versão Stepway tudo é mais reforçado.”

PEÇAS

Segundo o Índice de Geração de Demanda (IGD), realizado pela CINAU, em pesquisas feitas com reparadores automotivos, constatou-se que os hábitos de compra pela oficina independente reproduzem o seguinte quadro: 25% dos reparadores optam por comprar peças na concessionária. A preferência por esse canal é a disponibilidade.

Quando avaliamos a compra de peças Nissan e Renault pelos reparadores, constatamos que 100% das peças Nissan e 80% das peças Renault são adquiridas em concessionária, sendo que Nissan, diferente de Renault, não possui peças de reposição no mercado independente.

A opinião dos reparadores, segundo depoimentos abaixo, se divide ao analisar os preços, pois as peças Nissan custam mais do que as da Renault, mesmo sabendo que, tratando-se de peças de reposição, as duas marcas apresentam características de intercambialidade. Porém, reparadores concordam em um ponto: a falta de informação técnica dificulta a reparação de ambos.

DEPOIMENTOS

O reparador Giancarlo, por exemplo, relata sua teoria sobre a reparação das marcas, baseado em experiências na oficina. “No caso do March, sendo algum componente eletrônico, recomendo utilizar Nissan, no mais, recomendo peças Renault que são mais em conta. Nessa linha, costumo adquirir os produtos em concessionária, pois, não encontro as peças no mercado de autopeças. No geral costumo comprar direto de distribuidores.

Infelizmente, ainda não temos muitas informações a respeito desse veículo para realizarmos a manutenção, o que dificulta os serviços”, relata o reparador.

“Geralmente faço a compra dos componentes em concessionária, porque faço um acordo e consigo um preço melhor. Não costumo fazer intercambiamento de peças entre Nissan e Renault e sempre viso a garantia do componente”, afirma o reparador Wellington Oswaldo de Oliveira, da oficina Planet Motors localizada em São Paulo.

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