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Citroën C4 Cactus consegue agradar reparadores pela boa qualidade e manutenção sem segredo

Motor e câmbio conhecidos, construção simples e acesso facilitado a peças de reposição contaram a favor do utilitário esportivo produzido desde 2018 na fábrica de Porto Real, no Rio de Janeiro

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Por Mario Curcio


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Tradição da marca japonesa, facilidade de acesso aos principais itens de desgaste e conjuntos eficientes de motor, transmissão, suspensão e freios garantiram a aprovação do modelo

Um carro diferente e interessante como este costuma levantar a seguinte dúvida quando passa na rua: “Será que é importado?” A resposta neste caso é um sonoro “não”. O Citroën C4 Cactus é produzido em Porto Real, cidade do sul fluminense, desde julho de 2018.

Nesta fábrica inaugurada em 2001 já foram feitos outros modelos Citroën como o espaçoso Xsara Picasso e a dupla C3 Picasso/Aircross. O hatch C3 já havia sido montado em duas diferentes gerações, sendo que a produção da terceira teve início em março de 2022, enquanto esta reportagem sobre o Cactus era escrita.

Segundo a montadora, o novo C3 é construído sobre a plataforma modular mundial CMP, que dará origem a outros dois veículos no Brasil. Ali em Porto Real também foram fabricados os modelos Peugeot 206, 207, o 208 em sua primeira geração e a picape Hoggar.

Nesta fábrica também é montado desde 2015 o utilitário esportivo Peugeot 2008, que exigiu na época um aporte financeiro de R$ 400 milhões para adequação da fábrica e mudanças no carro. E foi a partir deste SUV Peugeot que o Citroën C4 Cactus brasileiro foi criado.

Seu lançamento ocorreu em agosto de 2018 e o trabalho envolveu cerca de 400 pessoas dentro do grupo e que atuavam no tanto no Brasil como Argentina e França. A produção do C4 Cactus envolveu 70 fornecedores de autopeças e um novo investimento de R$ 580 milhões na fábrica brasileira.

Essa modernização em Porto Real incluiu uma nova seção de pintura, capaz de produzir carrocerias com duas cores diferentes como neste C4 Cactus das fotos. Seu teto foi mesmo pintado de branco. O que se vê não é só uma película plástica aplicada sobre a carroceria.

O trabalho, feito para dar uma identidade 100% Citroën ao projeto compartilhado com a Peugeot, incluiu não só mudanças no desenho da dianteira e da traseira, mas também novas portas, interior remodelado e área envidraçada menor. As diferenças são vistas até em detalhes pouco chamativos como os lavadores de para-brisa, que no C4 Cactus ficam embaixo do capô e no 2008, em cima.

Segundo a direção da montadora, o desenvolvimento do C4 Cactus foi feito ao longo de três anos e consumiu 620 mil horas de trabalho, mais de 1 milhão de quilômetros rodados e 165 protótipos. O resultado é um carro firme em curvas e confortável.

E o mercado brasileiro se tornou tão concorrido no segmento de SUVs compactos que cada novo produto lançado tem mesmo chegar afinado com a expectativa dos consumidores.

Basta recordar que quando o Peugeot 2008 surgiu em 2015, seus grandes concorrentes nacionais mais representativos se resumiam a Honda HR-V, Jeep Renegade, Renault Duster e Ford EcoSport, ordenados aqui por suas posições no ranking de vendas. Naquele ano o HR-V superou as 51 mil unidades e o EcoSport teve quase 34 mil emplacamentos. 

Em 2018, quando surgiu o Citroën C4 Cactus, outros quatro modelos nacionais de peso além destes e do Peugeot 2008 já disputavam a preferência dos consumidores: Hyundai Creta, Nissan Kicks, Renault Captur e Honda WR-V.

Em 2011 os únicos representantes nacionais do segmento eram o Ford EcoSport (líder consecutivo de 2003 a 2011), o Mitsubishi Pajero TR4, o Citroën C3 Aircross e o Renault Duster (lançado no fim daquele ano). Dez anos depois, mais de 20 SUVs compactos nacionais foram lançados.

Somente da Volkswagen foram dois, T-Cross e Nivus. O Chevrolet Tracker ganhou uma nova geração e também passou a ser produzido por aqui. Ainda dentro desse intervalo de dez anos a Fiat entrou no segmento com o Pulse e a Caoa Chery lançou os Tiggos 2, 3X e 5X.

Ano a ano os SUVs foram conquistando compradores de outros segmentos. Num primeiro momento roubaram clientes das peruas (station wagons) e minivans, depois dos hatches médios. Todos os segmentos perderam participação de mercado ou foram engolidos por essa enxurrada de SUVs que surgiu em uma década. Sobrou pouco espaço até para os sedãs neste cenário.

Esse fenômeno SUV tomou conta também de diferentes mercados mundiais. E a explicação vinda das montadoras para essa migração é fácil de entender. Os SUVs agradam porque entregam muito ao consumidor em espaço interno, em versatilidade (pela grande tampa traseira, bancos rebatíveis e acesso a objetos maiores) e pela altura da carroceria e posição de quem dirige em relação ao trânsito ao redor.  

A reportagem de Oficina Brasil levou o C4 Cactus a três oficinas da cidade de São Paulo. Na rua Leonel Vaz de Barros, 22 (tel. 11 9 4020-3260) fica o Centro Automotivo Napoleão, dirigido por Thiago Diégues. A oficina acumula mais de três décadas de experiência. “Eu me instalei neste endereço há três anos, mas estivemos por outros 30 na Vila Olímpia”, afirma, referindo-se a um bairro da zona sul da capital paulista.

Outro local visitado pela reportagem foi a Valrey, na rua Visconde de Taunay, 753 A (tel. 9 8431-1754). “A oficina foi inaugurada em 1991. O nome é a soma de Valdir, um tio e ex-sócio, e Reynaldo, meu pai, que era mecânico”, afirma o engenheiro Thiago Munhoz, que assumiu a direção da oficina em 2018.

A experiência de Munhoz no setor automotivo vai além de consertar veículos e inclui uma passagem pela fabricante de rolamentos FAG, uma das marcas pertencentes ao Grupo Schaeffler. 

O terceiro local visitado por Oficina Brasil foi o WCar Centro Automotivo, na rua Visconde de Taunay, 473 (tel. 11 5686-8279). “Estamos neste endereço há 21 anos, mas atuamos muito tempo na avenida Santo Amaro com o nome Carburauto”, afirma o proprietário Eduardo Penteado. “Comecei a trabalhar aos 14 anos de idade com meu pai naquela oficina especializada em carburadores”, recorda Penteado. 

PRIMEIRAS IMPRESSÕES

Apesar da carroceria um pouco mais alta, o C4 Cactus se parece muito com um hatch para quem dirige, tanto pela estabilidade como pelo desempenho. O conforto interno vem de um isolamento contra ruído e vibração muito eficiente. E a Citroën utilizou materiais de acabamento agradáveis ao toque no painel, nos revestimento das portas, volante e bancos.

O espaço para o motorista e o passageiro da frente é compatível com o segmento. De acordo com Thiago Munhoz, da Valrey, o espaço para as pernas de quem vai no banco traseiro é muito bom. O motivo é a boa distância entre- eixos do Cactus. São 2,6 metros. E a largura do assento traseiro é apropriada para levar três pessoas com algum conforto.

O porta-malas do C4 Cactus é um tanto limitado com seus 320 litros. Mas aqui vale lembrar que o Jeep Renegade vem ocupando as primeiras posições do ranking de SUVs compactos desde seu lançamento no Brasil em 2015 e seu porta-malas já teve apenas 260 litros.

Essa capacidade foi aumentada a partir de trocas de revestimento e da mudança do estepe por outro mais fino, de uso temporário. A versão flex do Renegade (cuja tração é somente dianteira) também tem agora 320 litros. Mas as opções com motor turbodiesel (todas com tração 4x4) comportam apenas 276 litros.

Outro ponto importante quando se pensa em capacidade no porta-malas é que há uma tendência na indústria automobilística de criar carrocerias com distâncias entre-eixos maiores a fim de privilegiar o conforto e espaço interno, ainda que o projeto sacrifique a capacidade de bagagem. Isso vem ocorrendo há pelo menos dez anos até mesmo em sedãs. Também é preciso recordar que este Citroën tem menos de 4,20 metros de comprimento.

O carro cedido pela montadora e utilizado nesta avaliação foi um C4 Cactus Shine 1.6 THP, versão topo de linha com até 173 cavalos quando abastecida com etanol. “É um canhãozinho”, elogia Penteado, admirado com o bom desempenho quando se afunda o pé direito numa reta. De acordo com a fabricante ele acelera de zero a 100 km/h em apenas 7,7 segundos, uma marca excelente. 

“Tem mesmo bom desempenho. Responde bem ao acelerador e é confortável”, afirma Thiago Munhoz, da Valrey. Thiago Diégues, da Napoleão, garante: “É um carro compacto com bom desempenho e respostas rápidas.” Diégues também aprovou o quadro de instrumentos e a posição de dirigir. 

O Cactus Shine recebe vários itens de segurança que você verá mais adiante nesta reportagem e um sistema eletrônico de assistência ao motorista que inclui frenagem autônoma quando há um risco claro de acidente. Mas fazem falta os sensores traseiros de estacionamento, tão comuns em modelos bem mais simples que este.

A lista extensa de equipamentos inclui ar-condicionado automático digital (que garantiu muito conforto em  alguns dias de sol forte no verão paulistano) e computador de bordo com indicador de temperatura externa. O carro avaliado trazia também controlador automático de velocidade, bancos traseiros rebatíveis e bipartidos (divididos em 1/3 e 2/3), barras longitudinais no teto e banco do motorista com ajuste de altura. As rodas eram de liga leve de 17 polegadas com acabamento diamantado e pneus 205/55.  

O formato dos bancos e o tamanho reduzido do volante dos Citroën são sempre um convite para quem gosta de acelerar. O acabamento é outro ponto alto da marca francesa. Todas as portas têm pequenos espaços para guardar objetos.

Um descansa-braço entre os bancos dianteiros também serve para ocultar um smartphone ou carteira.

Um ponto negativo do C4 Cactus é a visibilidade por causa da largura da coluna C, aquela entre a porta de trás e a tampa do porta-malas. Ela resulta em um grande ponto cego que atrapalha em manobras de estacionamento.

AO VOLANTE

A posição de dirigir é mesmo um destaque do C4 Cactus. Esse aspecto é reforçado por um volante pequeno, mas de boa empunhadura. Ele tem ajustes de altura e profundidade. Todos os comandos estão bem à mão, como os botões de acionamento dos vidros e os controles de áudio, ventilação, ar-condicionado, desembaçamento e outros.

“O painel permite fácil visualização das informações. Também gostei do desenho do console central. Em alguns carros o console é muito próximo, neste não. E minhas pernas se encaixam bem aqui na frente”, afirma Diégues. 

MOTOR

Este 1.6 THP utilizado no Citroën C4 Cactus já é conhecido no mercado brasileiro há um bom tempo. Pela antiga PSA, surgiu em um Peugeot 3008 no ano de 2009. Era movido somente a gasolina. A versão flex foi aplicada pela primeira vez em 2014 no sedã Citroën C4 Lounge. Esse motor também pode ser visto em modelos BMW e Mini.

Segundo o Grupo Stellantis, o 1.6 THP presente no C4 Cactus é produzido em Douvrin, na França. Além do uso de turbocompressor e intercooler, outras características importantes do THP são a injeção direta de combustível e o duplo comando de válvulas, variável para admissão.

Além da potência elevada, o uso combinado do turbocompressor e da injeção direta de combustível resultam em muita força, mesmo em rotações baixas. O torque máximo informado de 24,5 kgfm surge a partir de 1.400 rpm.

De acordo com a Citroën, o C4 Cactus faz 10,4 km/l na cidade e 12,6 km/l na estrada quando abastecido com gasolina. Se o combustível for etanol ele fará 7,2 km/l em uso urbano e 8,9 km/l em rodovia. 

Sua turbina pode ser acessada por cima, a partir da abertura do capô, mas boa parte dos componentes do motor fica espremida no cofre: “É meio chatinho de mexer”, aponta Munhoz, da Valrey. A correia de acessórios é fácil de ver por baixo e não tem substituição difícil, segundo os reparadores entrevistados.

“Mas os serviços que exijam acesso ao radiador e outros itens tendem a ser mais caros pelo tempo maior de mão de obra”, avisa Munhoz. Enquanto o acesso ao filtro de ar é simples, pela remoção de parafusos, o filtro de óleo (um refil de papel) se esconde embaixo de um duto de ar, que precisa ser removido no momento da troca do elemento filtrante.

Já o acesso à sonda lambda é fácil e também às velas e bobinas de ignição.

No carro cedido pela Citroën, um ponto que destoava de toda a qualidade e bom gosto que se via em todo o carro era o reservatório de água do limpador de para-brisa: “Faltou removerem as rebarbas da emenda”, apontou Thiago Munhoz, da Valrey. O fornecedor da peça pode até ter deixado escapar esse detalhe, mas o problema não passou despercebido por Munhoz.

TRANSMISSÃO

O C4 Cactus utiliza uma boa transmissão automática de seis marchas EAT6 fornecida pela fabricante Japonesa Aisin. Essa caixa vem sendo aplicada por diferentes montadoras instaladas no Brasil. Ela é dotada de um controle hidráulico bastante preciso, que resulta em mudanças de marcha rápidas, mas sem trancos ou perda de potência.

Essa transmissão também permite mudanças manuais e sequenciais, mas somente pela alavanca. Nem mesmo esta versão topo de linha traz os paddle shifts (borboletas) atrás do volante, que tornam o carro mais agradável de dirigir em trechos de serra e estradas sinuosas.

Ao lado da alavanca de mudanças é possível acionar o botão “Sport”, que melhora a agilidade em acelerações. Tem ainda a função “Eco”, que traz uma ajuda extra no momento de economizar combustível quando se dirige em uso urbano.

A partir da experiência que Thiago Diégues adquiriu no setor automotivo, ele afirma que o coxim de motor e o de câmbio costumam durar menos nos modelos de origem francesa. “Mas temos muitos clientes que gostam da Citroën pelo conjunto do carro”, afirma o proprietário da oficina Napoleão.

 FREIO, SUSPENSÃO E DIREÇÃO

O C4 Cactus tem um conjunto de freios apropriado à potência do motor. A fabricante francesa utilizou freios discos nas quatro rodas, com os dianteiros ventilados e os traseiros, sólidos. Os recursos eletrônicos de frenagem incluem o sistema antitravamento ABS mais Repartidor Eletrônico de Frenagem (REF) e Auxílio à Frenagem de Urgência (AFU).

Os representantes das três oficinas visitadas aprovaram tanto a capacidade de frenagem do C4 Cactus como a manutenção e substituição de pastilhas. “Há uma grande facilidade de trabalhar no sistema de freio traseiro porque tudo fica bem à mostra”, afirma Thiago Diégues, do Centro Automotivo Napoleão. Eduardo Penteado, da WCar, garante que a troca de pastilhas é um serviço fácil de executar neste Citroën.  

Também não se vê nada muito diferente do convencional nas suspensão dianteira do tipo Pseudo-McPherson e na traseira, por travessa deformável. Nos dois casos elas são acompanhadas de molas helicoidais e amortecedores hidráulicos.

“Olhando o Cactus por baixo ele lembra muito o Citroën C3, a bandeja é bem parecida e não há segredo para a manutenção. Descendo o quadro fica fácil para trocar buchas e bandejas”, afirma Thiago Munhoz, da Valrey. “E os batentes da suspensão traseira também são fáceis de substituir”, garante.

Apesar dessa facilidade, ele ressalta que as buchas de suspensão costumam ter baixa duração tanto nos modelos Citroën como Peugeot, obrigando à substituição em quilometragem mais baixa pela comparação com outros carros nacionais.

Thiago Diégues, da Napoleão, concorda com a facilidade para troca de bieletas, buchas e bandejas da suspensão dianteira:

“Há bastante espaço para sacar os amortecedores”. A direção do C4 Cactus utiliza assistência elétrica variável. Tem o peso correto tanto em manobras de estacionamento como trafegando em cidade ou estrada.

ELÉTRICA, ELETRÔNICA E CONECTIVIDADE

Itens básicos para checagem e manutenção como a central eletrônica do motor e a caixa de fusíveis têm fácil acesso quando se levanta o capô. Também não é difícil fazer a manutenção nos faróis.

Bem equipado, o Cactus Shine 1.6 THP recebe chave presencial com destravamento automático das portas, mais botão de partida. Os vidros elétricos têm função um-toque em todas as portas. Sensores de chuva e crepuscular permitem o acionamento automático do limpador de para-brisa e dos faróis.

A versão topo de linha avaliada por Oficina Brasil traz também recursos importantes de segurança, ainda limitados a carros de alto luxo ou versões completas. Eles formam o pacote Citroën Advanced Drive, composto por Alerta de Saída da Faixa de Rodagem, Sistema de Frenagem Automática, Alerta de Colisão, mais o Alerta de Atenção ao Condutor e o Indicador de Descanso.

Outros recursos de segurança presentes do Cactus são os controles eletrônicos de tração e estabilidade, o Assistente de Partida em Rampa e o sistema de monitoramento da pressão dos pneus.

A central multimídia com tela sensível ao toque de sete polegadas é compatível com os sistemas Android Auto, Apple CarPlay, aceita comandos por voz e tem som agradável, que inclui dois alto-falantes dianteiros, dois traseiros e dois tweeters para reforçar os sons mais agudos. Ela tem funcionamento bem intuitivo, permite ajustes do ar-condicionado e exibe as imagens da câmera de ré. E a recepção do rádio é excelente, embora consumidores com menos de 40 anos já não deem muita importância para isso.  

PEÇAS DE REPOSIÇÃO

Os reparadores das oficinas visitadas dizem não encontrar dificuldade no memento de buscar peças de reposição para os modelos Citroën. “As peças de desgaste mais frequente [como pastilhas de freio] eu encontro nas grandes lojas de autopeças”, garante Thiago Munhoz, da Valrey. “Hoje contamos também com lojas como a Toulouse e a Lion Parts, especializadas em peças de reposição para marcas francesas”, ensina Munhoz, que também recorre às concessionárias.

Eduardo Penteado, da WCar, é outro cliente das especializadas Toulouse e Lion Parts. “Atualmente é fácil conseguir peças tanto para Citroën como Peugeot”, garante. Ele admite que também busca ajuda nas concessionárias quando é preciso, “mas dependendo do caso pode haver alguma demora”.

Thiago Diégues recorre também às lojas especializadas em marcas francesas e à rede autorizada. “Cair na concessionária pode ser meio complicado, mas aquela má fama associada às francesas ficou para trás, especialmente por causa dos importadores de peças.” Diégues informa ainda que já não se nota grande disparidade nos valores dos itens de reposição como pastilhas, filtros ou correias. 

INFORMAÇÕES TÉCNICAS

Dá para dizer com alguma segurança que as oficinas estão entre os maiores beneficiados nestes últimos 20 anos pela difusão das informações por internet e canais especializados como a Oficina Brasil. A facilidade para obtenção de informação técnica de qualidade e compartilhamento de vídeos em canais especializados melhoraram muito a vida do reparador.

“Já busquei informações na Oficina Brasil e também recebo a edição impressa. Outra fonte à qual recorremos aqui é o Doutor I.E.”, recorda Thiago Diégues. Na Valrey, Thiago Munhoz também ressalta a qualidade das publicações produzidas pela Oficina Brasil.

“Também procuro informações técnicas no Google, vídeos no Youtube e uso o Dr. Carro”, recorda Munhoz. Na Wcar, Eduardo Penteado busca sempre apoio em bons equipamentos dentro da própria oficina. “Procuramos informações técnicas com os fornecedores dos nossos aparelhos e sempre tive bons scanners em minhas oficinas”, garante.  

RECOMENDAÇÃO

O trabalho feito pelas marcas francesas Peugeot e Citroën nos anos mais recentes conseguiu quebrar o estigma que se formou sobre as duas marcas, sobretudo por causa dos modelos importados nos anos 1990. A campanha de lançamento do C4 Cactus em 2018 mostra o esforço da Citroën para atrair o cliente a partir de ações de pós-venda diferenciadas.

Revisões com preço fixo, retirada do veículo no mesmo dia da entrada, carro reserva em caso de reparos de mais de quatro dias e oito anos de assistência 24 horas. Tudo isso serviu para ganhar a confiança de antigos e novos clientes.

Todos os reparadores entrevistados aprovaram o C4 Cactus: “Nessa faixa de preço eu recomendo. Os problemas ocorrem com qualquer marca”, afirma Eduardo Penteado, da WCar.

“Também recomendaria o C4 Cactus, mas sempre considerando o preço pedido e aspecto geral do carro a ser negociado”, afirma Thiago Diégues, do Centro Automotivo Napoleão.

Na Valrey, Thiago Munhoz afirma: “Recomendo, mas com ressalvas por causa de um provável custo anual mais alto com manutenção”, diz o engenheiro ao considerar prováveis serviços nas suspensões. Ele citou como exemplo alguns Citroën C3 que passaram por sua oficina e que tiveram muitas peças trocadas, como buchas e bandejas, com apenas 40 mil quilômetros. 

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