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Na oficina, comparação da manutenção do Grand Siena com o Siena “comum”

Nesta edição, levamos o carro à oficina para saber quais são as impressões dos reparadores

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Por Da Redação


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Exatamente há um ano, o Jornal foi conferir em Santiago do Chile o lançamento do Grand Siena e a matéria está disponível em www.oficinabrasil.com.br. 

Na época do lançamento, citamos após o test drive que o carro, na versão 1.6, apresenta um motor “esperto” e que o Grand não é apenas o Siena reestilizado e sim, um projeto ousado da Fiat que pouco lembra o carro apresentado pela primeira vez em 1997, que fazia parte da família Palio. Falamos também que o Grand Siena está maior que o Siena anterior, sendo 134 milímetros mais comprido, 61 mm mais largo, 53 mm mais alto, e com entre-eixos é 137 mm maior, só para citar as medidas mais importantes.

O sedã compacto sai de fábrica equipado de série com airbag duplo frontal e freios ABS com EBD em todas as versões. Ainda oferece opcionais como rádio CD/MP3 com viva voz Bluetooth, conexão USB e iPod, volante em couro com os comandos do rádio, comando do câmbio tipo borboleta no volante, para-brisa térmico, airbags laterais dianteiros e sensores de chuva, estacionamento e crepuscular. 

A suspensão traseira, segundo informações da montadora, é derivada do Fiat Punto, mas com ajuste exclusivo para o Fiat Grand Siena. 

Com isso, a bitola traseira ficou maior que a dianteira, o que deixa o carro mais estável, conforme conferimos ao dirigi-lo. Também os amortecedores traseiros, em conjunto com as buchas inclinadas de maior diâmetro, deixam o sistema mais eficiente para absorver as irregularidades do piso.

O Fiat Grand Siena foi lançado com as motorizações Fire 1.4 Evo e E-torQ 1.6 16V Flex. Ambos já são conhecidos, pois equipam outros modelos da marca, mas o Fire 1.4 Evo traz uma novidade: a versão Tetrafuel, que roda com etanol, gasolina, qualquer mistura dos dois, ou gasolina E-0 (sem álcool, utilizada em países do Mercosul como Argentina. No Brasil, não utilizamos este tipo de combustível) e até com gás natural (GNV). No decorrer da matéria, o reparador fala de sua experiência com este motor.

O motor Fire 1.4 EVO equipa a versão Attractive, modelo de base do Grand Siena. Empregando unicamente gasolina, produz potência máxima de 85 cavalos e torque de 12,4 kgfm a 3.500 rpm. Com etanol, sua potência é de 88 cv e seu torque, de 12,5 kgfm a 3.500 rpm. 

Para as versões Essence do Grand Siena, o escolhido foi o motor E.torQ 1.6 16V Flex, fabricado pela Fiat Powertrain em sua planta em Campo Largo, Paraná. O E.torQ tem potência de 115 cv e torque máximo de 16,2 kgfm a 4.500 rpm funcionando unicamente com gasolina. Rodando com etanol, sua potência é de 117 cv e seu torque, de 16,8 kgfm a 4.500 rpm.

O Grand Siena com o motor E.torQ 1.6 16V Flex também pode receber câmbio Dualogic®. Ele permite tanto a condução com câmbio no modo automático quanto com manual. As trocas de marchas, neste modo, são controladas sequencialmente por meio de toques na alavanca do câmbio. A troca entre os modos automático e manual pode ser feita com o automóvel em movimento. Este câmbio também dispõe de alavanca de seleção de marchas tipo borboleta acoplada ao volante do carro.

VERSÃO TESTADA

O modelo que foi levado à oficina Karbello, localizada no bairro do Ipiranga na capital de São Paulo, foi o 1.4 Atractive que veio da montadora sem ar condicionado, porém com todos os outros opcionais. 

No caminho até a oficina, foi possível notar o interior espaçoso e mais refinado em relação ao Siena e a opção de diversos itens de conforto para o motorista, como por exemplo, porta-copos, apoio de braço no banco do motorista, porta garrafa nas portas e porta-óculos no teto. 

O conjunto de suspensão é bem agradável e pouco transmite ao motorista as imperfeições da pista. O consumo de combustível ficou na casa de 9km/l no etanol quando guiamos na cidade de São Paulo. Na oficina, os reparadores Washington Innocente e Guglielmo Martino, acostumados à reparação Fiat, passaram suas primeiras impressões sobre o modelo.

O reparador Washington comentou que a principal diferença deste modelo em relação ao anterior está no emprego de nova suspensão traseira  que é muito semelhante a do Fiat Punto, exceto por ser mais reforçada. “Posso incluir ainda neste pacote de mudanças importantes, a utilização do motor 1.4 EVO , mesmo que é utilizado já no Novo Uno e Novo Palio”. 

Já o reparador Martino observou que o espaço para trabalhar neste modelo é muito bom. “Temos fácil acesso a praticamente todos os itens de manutenções corriqueiras”.

Para Washington, antigamente era comum para o reparador ver falhas no sistema de ignição do modelo 1.4, que costumava apresentar vazamento de óleo lubrificante entre a ignição e o bloco do motor. “Já neste novo motor, este defeito não ocorrerá mais devido à alteração do projeto das bobinas”.

“Uma importante evolução que observo em relação ao modelo antigo está no semi-eixo . Caso seja necessário removê-lo, o tipo de conexão ao câmbio por meio de trizeta não permite que haja vazamento do óleo do câmbio, situação que era comum nos modelos antigos e que gerava grande mão-de-obra para o reparador”, afirma Washington.

Washington ainda acrescenta que outro ponto positivo é o tipo de fixação do amortecedor traseiro , que é por baixo do veículo e não invade o porta-malas . Ele diz que isso facilita o reparo e ainda permite que o porta-malas ganhe em volume.

“Na suspensão dianteira , minha única ressalva fica com relação à utilização de bieletas longas . Este sistema costuma apresentar vida útil reduzida quando comparado a sistemas onde a barra estabilizadora é fixada direta a bandeja, ou por intermédio de bieletas curtas”, enfatiza Washington.

Martino fala que o coxim do câmbio é novo e parece ser bem resistente e, em caso de remoção, não apresenta nenhuma dificuldade. 

“Outro detalhe importante é que a Fiat alterou o ponto de fixação do sensor de detonação, inclusive podemos verificar que o local antigo onde este era fixado ainda possui as furações . Agora mudou para a lateral do cabeçote , mas para nós reparadores, não influencia muito, pois o acesso continua fácil”, conta Washington.

Questionado com referência a manutenção do modelo tetrafuel, Washington respondeu: “neste tipo de sistema de combustível o defeito mais comum apresentado é o da injeção travar, tanto no combustível líquido quanto no gasoso. Isso ocorre devido a um defeito no emulador da sonda ou na função de troca do combustível no menu do veículo. Algumas vezes só resetando o defeito com scanner já resolve o problema, no mais, seguindo as revisões corretamente. Não é um item que dê dor de cabeça ao usuário e nem ao reparador”.

Washington ainda acrescentou: “Nos modelos antigos que também possuíam o sistema tetrafuel havia reforço na suspensão traseira para suportar o acréscimo de peso devido aos cilindros do GNV, já no Grand Siena não sei afirmar se isso também foi feito, provavelmente deve ter alterado carga das molas”.

O reparador Washington fala sobre canais de compra de peças. “O fato de trabalhar com toda a linha Fiat, inclusive com modelos mais antigos, permite que possamos efetuar a compra de peças em diversas fontes. Em caso de veículos mais novos preferimos a compra de peças em concessionárias, porém, quando a disponibilidade das peças é mais reduzida, como, por exemplo, em veículos com mais de dez anos de uso, fazemos a compra em autopeças e distribuidores. Assim, se fôssemos dividir isso em porcentagem, posso afirmar que compro 50% em concessionarias, 20% em autopeças e 30% em distribuidores”, finalizou.

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