Apesar de custo de manutenção ser um pouco mais alto, o Tiida Sedan ainda entrega muito por pouco
O Tiida Sedan não é atraente, mas é um carro grande, confortável e com um bom pacote de equipamentos com preço de compacto Premium, como publicado no comparativo técnico da ultima edição, onde também demonstrou que o custo de manutenção se mantém como o de um médio. Agora, como feito com o Tiida Hatch, no Em Breve da edição de Junho, o Sedan foi avaliado na oficina, para conhecermos o funcionamento dos sistemas e algumas estratégias adotadas no gerenciamento do motor.
O Tiida já passou pelo Brasil rapidamente em 2008, no Salão do Automóvel, porém com o logotipo da Chrysler, com quem a Nissan tinha uma parceria, chamado de Trazo C, porém as pesquisas de opinião fizeram o projeto de comercializá-lo por aqui ir abaixo. Agora o Sedan retorna e deve ser um veículo muito bem aceito para uso em frotas, inclusive as de serviço público e taxistas devido a seus atributos funcionais.
A condução é prazerosa, o carro acelera suavemente e a altura da embreagem está bem ajustada. O comando variável faz o motor acelerar bem desde as baixas até altas rotações, onde se comporta melhor ainda fazendo a velocidade subir rapidamente o porém fica por conta do engate da sexta marcha que por diversas vezes fez confundir e engatar quarta.
O escalonamento bem próximo da quinta e sexta marcha, talvez devido ao longo diferencial com relação de 3,933:1, também estranha, pois diminui a vantagem de se viajar em velocidade constante a baixas rotações o que não chega a afetar a economia e o silêncio no habitáculo, que é um ponto forte, mas também não os torna melhor. A suspensão traseira com eixo de torção possui barra estabilizadora, porém não evita certa rolagem da carroceria em curvas mais fortes.
Motor e Injeção eletrônica
O motor 1.8 16v flex tem sincronismo feito por corrente de transmissão e utiliza duplo comando de válvulas no cabeçote com sistema de controle continuo da abertura das válvulas de admissão, chamado de CVVTCS que funciona por pressão hidráulica e é controlado pelo sistema de injeção Bosch ME 7.9.20 desenvolvido no Japão em parceria com a Nissan. O Tiida está equipado com dois sensores de oxigênio, um no coletor de admissão e outro entre os dois catalisadores.
A injeção é sequêncial e trabalha em modo de malha fechada (ajustando a mistura ar/ combustível de acordo com a leitura feita no sensor de oxigênio) durante o funcionamento normal do motor, porém em algumas situações esta situação muda. Durante a fase de aquecimento do motor, nas partidas, acelerações, motor com temperatura alta, carga plena e altas velocidades o sistema trabalha em malha aberta enriquecendo a mistura e empobrecendo nas desacelerações e rotação próxima do limite.
Logo após a partida ou quando há falha grave e o sistema precisa operar em modo de emergência a injeção é feita de modo banco a banco, ou seja, de dois em dois cilindros. Na rotação de corte e desacelerações fortes a injeção de combustível é temporariamente cancelada.
O sistema de ignição utiliza velas de platina acionadas por bobinas individuais com um Power transistor (módulo de ignição) em cada. O controle é feito levando em consideração, entre outros, o sinal do sensor de detonação, posição da borboleta, fluxo de ar e tensão da bateria. Em marcha lenta, partida, aquecimento e tensão baixa da bateria o sistema irá utilizar um ponto determinado em projeto. Segundo André Bernardo, da design Mecânica onde o veículo foi avaliado, o sistema de partida a frio entra em funcionamento quando há quantidade considerável de álcool no tanque e a temperatura ambiente está abaixo de 18 graus.
A purga do canister é controlada pela ECM e a abertura da solenóide é feita de acordo com o fluxo de ar no coletor de admissão, quanto maior o fluxo maior a quantidade de vapor de combustível liberada, levando em consideração também a informação do sensor de pressão do canister. Nas situações de marcha lenta e desacelerações a purga não é executada.
O sistema de fixação do motor que aparentava ser de muito boa qualidade no Tiida Hatch da matéria do mês de Junho, onde foi dito que só o tempo diria se realmente era bom, já mostrou suas fragilidades. Na unidade avaliada o coxim superior do motor já apresentava uma considerável rachadura onde provavelmente em pouco tempo irá pedir manutenção.
Dinamômetro
Na Design Mecânica, de Campinas, dos conselheiros André Bernardo e Carlos Bernardo foi possível conferir não só a potência do motor, mas também as perdas no sistemas de transmissão, e descobrir qual a real potência que chega as rodas do Tiida. Essa avaliação possibilitará compararmos posteriormente quais veículos tem sistema de transmissão que proporcionam menos perdas de potência.
A ótima linearidade do torque que as 3400 rpm já é de 16,5 kgfm e só começa a cair desse valor após as 5000 rpm é obtida graças ao comando variável e pode ser sentida na condução. No geral a potência nas rodas ficou em 99,4cv contra 126 cv declarados pela montadora no motor, ou seja, 21% de perda no sistema de transmissão, perfeitamente dentro do normal para os padrões estabelecidos que é de cerca de 20% de perda.
Aproveitamos o dinamômetro e realizamos testes com o ar condicionado para verificar o aumento de consumo de combustível e novamente os valores foram bem acima do que se encontra normalmente. No computador de bordo a média a 60 km/h foi de 16,5 km/l sem o equipamento ligado passando a 10 km/l quando acionado, não é um valor real, mas mostra um aumento em torno de 30% no consumo.
Custos de manutenção |
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Cesta básica de peças |
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Componente |
Preço |
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R$ Unit. |
Filtro ar (elemento do filtro) |
16546ED000 |
67,07 |
Filtro de combustível |
16400ZT50A |
10,64 |
Filtro de óleo de câmbio (automático) |
x |
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Óleo de câmbio (automático) |
x |
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Filtro de óleo motor |
152089F600 |
46,18 |
Óleo motor |
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