O Renault Duster chegou ao mercado no início de 2012 com o intuito de ser o principal concorrente da Ford EcoSport e, tem sido, desde então, um rival duro.
O Duster é disponibilizado com duas opções de motorização e tração, um 2.0 4x4 e um 1.6 4x2. Testamos durante uma semana a versão 1.6 4x2.
NOSSAS IMPRESSÕES
Testamos um Renault Duster 1.6 16V 2012, o qual foi cedido pela montadora francesa. Na matéria acompanharemos suas características técnicas e a visão do reparador após seu primeiro contato com o veículo.
Primeiramente, podemos dizer que espaço interno é o que não falta a esse jipinho. Ele nada mais é do que um Sandero com dimensões maiores, mas isso n tira seus méritos. Se comparado à Ford EcoSport, o Duster é quase um SUV.
O painel de instrumentos tem boa visibilidade, embora seja de relativa simplicidade, muito semelhante aos utilizados no Logan e Sandero. O interior do veículo é praticamente todo montado em plásticos de texturas diferentes e não é difícil encontrar peças mal encaixadas e até algumas rebarbas.
A alavanca de câmbio possui corpo longo, melhorando a ergonomia do motorista, pois os bancos também possuem posição elevada do assento.
Andando com o veículo, percebemos que o propulsor 1.6 16V (que possui 110 cv quando abastecido com gasolina e 115 cv quando abastecido com etanol) tem relativa dificuldade de empurrar o mesmo.
Em subidas íngremes, principalmente com o ar condicionado ligado, temos a mesma sensação de estarmos dirigir um veículo 1.0. No plano, o desempenho do veículo é apenas razoável. Se o usuário quiser comprar um Duster com essa motorização, não deve exigir desempenho do mesmo.
Nos testes que realizamos, a média de consumo obtida foi de 6,6km/l de etanol em circuito urbano e de 9km/l em circuito rodoviário. Considerando que o veículo pesa quase 1.600kg, não é nada tão assustador.
Sua suspensão, embora elevada, não faz com que a carroceria role muito em curvas acentuadas, e também oferece conforto aos ocupantes.
NA OFICINA
Levamos o veículo à oficina Gigio’s Car, localizada no bairro do Ipiranga, em São Paulo-SP, onde os reparadores Danilo José Tinelli e Ocimar Souza Garcia colaboraram conosco com seu conhecimento técnico, opinando sobre o modelo em questão.
MOTOR E CÂMBIO
O Duster testado era equipado com o mesmo 1.6 16V K4M que equipa os Renault Clio, Sandero, Scenic e Logan. Sua reparação é facilitada devido ao longo período em que este equipa os veículos da marca francesa, portanto, não haverá novidades neste sentido.
O câmbio manual de cinco marchas possui bom escalonamento, apenas a segunda marcha aparenta ser um pouco longa demais, mas nada que afete a dirigibilidade e nem seja compreendido pelo condutor. Não recebemos informações técnicas a respeito desta, portanto, não podemos afirmar que seja a mesma caixa de mudanças que equipa outros veículos da linha, porém, visualmente esta se assemelha as demais. Provavelmente o recurso adotado para o modelo seja alterações nas relações de marchas quando se comparado a um Sandero, por exemplo.
“A transmissão da linha Renault é extremamente frágil. A trizeta interna costuma quebrar nos Scenic, basta agora acompanharmos este carro durante os anos para sabermos se essa falha foi sanada”, comentou Ocimar.
Ocimar ainda acrescentou referente as recorrentes reclamações dos usuários com relação a dificuldades de engate de marcha: “o defeito geralmente está nos coxins do câmbio que, quando quebram, provocam uma inclinação na caixa e esta já dificulta bastante o engate”.
Já o reparador Danilo comentou sobre outra falha recorrente: “os rolamentos da roda traseira dos Renault, mesmo originais, são muito frágeis, não duram seis meses”.
“O espaço para trabalhar aqui não é dos melhores, mas não merece críticas. Posso dizer que uma inovação está no coxim do motor que claramente foi modificado. O anterior era muito frágil e quebrava muito”, disse Danilo.
“Outra novidade está no sistema de partida a frio deste carro. Este possui um bico injetor próprio para injetar o combustível na flauta no momento em que for necessário e, quando o motor entra em funcionamento, provavelmente atua como uma válvula de retenção de combustível no retorno para o reservatório”, comentou Ocimar. (Fotos 4 e 4A)
“Para se chegar até a correia é necessário desmontar vários componentes, como por exemplo, o suporte do coxim, fazendo assim com que a manutenção do veículo seja trabalhosa”, disse Ocimar.
“Antigamente era comum defeitos nos sensores de rotação, hoje em dia esse defeito não ocorre mais”, disse Danilo, apontando uma melhoria significativa nos modelos mais novos.
SUSPENSÃO
Dianteira é do tipo multi-link e a traseira é do tipo semi-independente com barra de torção. Nos casos dos veículos equipados com o motor 2.0, a traseira recebe suspensão independente.
Ainda não há o histórico de falhas neste modelo, mas considerando a experiência com os veículos Renault, o reparador Danilo fez o seguinte comentário: “semi-eixo, pivô e bandejas são muito frágeis e requerem manutenções recorrentes”.
“A suspensão traseira é bem reforçada, sendo muito mais preparado para ser um off-road do que seu concorrente direto, a EcoSport”, comentou Ocimar. (Foto 5 e 5A)
INFORMAÇÕES TÉCNICAS
Sobre este tema de vital importância à correta execução do reparo pelo profissional especializado, Danilo fez um comentário importante: “nos novos veículos da Renault, não só nos dela, mas na grande maioria dos novos modelos são necessários equipamentos de diagnósticos específicos. Nossos scanners comuns não conseguem detectar todas as falhas do sistema e neste ponto, o trabalho do reparador fica bem dificultado”, disse Danilo.
DISPONIBILIDADE DE PEÇAS
Comentando sobre este importante item da reparação automotiva, o reparador Danilo disse: “dependendo das peças é fácil de encontrar tanto em concessionárias quanto em autopeças. O conjunto de correia dentada, por exemplo, na concessionária há bastante estoque. Não posso dizer que há dificuldades em encontrar peças para a linha Renault, pois costumo comprar itens de manutenção básica em autopeças, algo em torno de 60% e o que não encontro de imediato busco na concessionária.
FICHA TÉCNICA |
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Carroceria |
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Tipo de carroceria |
SUV |
Número de portas |
5 portas |
Motor |
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Cilindrada (cm3) |
1.598 |
Combustível |
Hi-flex (Etanol/Gasolina) |
Potência máxima (cv@rpm) |
110 (gasolina)/115 (etanol) @5.750 |
Torque (mkg.f@rpm) |
15,1 (gasolina)/15,5 (etanol) @3.750 |
Transmissão |
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Tipo de tração |
4x2 - Dianteira |
Caixa de Câmbio |
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Tipo de caixa de câmbio |
Manual |
Número de relações para a frente |
5 marchas |
Capacidade |
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Tanque de Combustível (L) |
50 litros |
Dimensões |
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Distância entre eixos (mm) |
2.673mm |
Altura exterior (mm) |
Sem barras de teto: 1.660mm / Com: 1.700mm |
Comprimento exterior (mm) |
4.315mm |
Largura exterior - excluindo os retrovisores (mm) |
1.822mm |
Pneus |
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Pneus: referência |
215/65 R16 |
Peso (KG) |
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Carga útil |
497kg |
Peso em ordem de marcha (kg) |
1.202Kg |
Peso Bruto Total (PBT) |
N/I |