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Reparador de São Paulo ministra palestra na academia da Aeronáutica para 700 pessoas

A palestra faz parte do PFV (Programa de Formação e Fortalecimento de Valores) e tem como objetivo contribuir com a nobre missão de formar futuros líderes da Força aérea Brasileira

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Por José Tenório da Silva Junior


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Olá, meus caros leitores do jornal Oficina Brasil! É com muito prazer que venho compartilhar com vocês essa incrível e enriquecedora experiência – ministrar palestra para 700 pessoas na conceituada academia da Força Aérea - AFA, foi uma experiência e um aprendizado ímpar!

A Academia da Força Aérea (AFA) está localizada na cidade de Pirassununga no Estado de São Paulo; é uma organização de ensino em nível superior que tem por objetivo formar oficiais para o quadro de aviadores, intendentes e infantes da Força Aérea Brasileira (FAB). A excelência na formação dos seus pilotos confere à AFA reconhecimento internacional.

A necessidade de promover e desenvolver moralmente e eticamente os Cadetes/Alunos levou à criação de um programa denominado “Programa de Formação e Fortalecimento de Valores - (PFV)”. Sua finalidade é definir e desenvolver valores morais, ligados ao preceito de ética militar. O PFV constitui um conjunto de ações que norteiam as atividades a serem desenvolvidas por todos os setores das Organizações Militares (OM) do Comando Aéreo (COMAER).

O PFV consiste em palestras e treinamentos que seguem um roteiro anual previamente definido, de acordo com o Manual que dispõe sobre o Programa de Formação de Valores aprovado e publicado em 13 de setembro de 2016.

Segundo o Manual do PFV, “no cenário atual, é extremamente oportuno que não somente os Cadetes, mas todos os integrantes do efetivo sejam levados a refletir, com profundidade, sobre as questões de ética e de apego aos valores, temas que a própria sociedade brasileira organizada tem tentado resgatar”.

Dentro desta demanda, surgiu a oportunidade para que eu pudesse desenvolver e ministrar uma palestra que estivesse de acordo com um dos temas proposto pelo programa. Dentre os temas relacionados e obrigatórios, pude escolher “Aprimoramento Pessoal”. Apesar de já ter ministrado palestras com diferentes temas, em diversos locais, inclusive na Base da Aeronáutica em Guarulhos, devo confessar que foi um aprendizado e um desafio e tanto! Além da complexidade do assunto, tive que ser cauteloso em cada slide e em cada fala, afinal, iria mexer com o “eu” de cada integrante daquele público distinto e altamente qualificado.

A palestra teve como base a minha própria história de vida sendo contada de uma forma, digamos, enigmática. Isso porque em nenhum momento eu disse qual era a minha principal atividade; apenas algumas pessoas que estavam responsáveis pela organização do evento sabiam que eu era um Reparador automotivo, dentre elas, faço questão de destacar e agradecer aos oficiais: Brigadeiro do ar, Comandante da AFA – David A. Alcoforado; Tenente Coronel Venâncio e 1º Tenente Eric, que acreditaram em mim e tornaram possível a realização da palestra.

A narrativa foi mais ou menos assim: “Aos 19 anos saí da empresa do meu pai para procurar emprego em outra empresa do mesmo ramo, no dia seguinte já estava empregado! Aos 21 anos pedi as contas desta empresa para abrir a minha própria empresa; anos mais tarde me tornei professor de uma das escolas que fui aluno; aos 38 anos de idade, quando minha empresa já tinha 18 anos de existência, consolidada no mercado, estabilizada financeiramente e estabelecida em SEDE PRÓPRIA, tive finalmente a oportunidade de ingressar na faculdade de administração de empresas. Em seguida me tornei palestrante, consultor técnico, autor e redator de matérias para um grande e conceituado jornal (Oficina Brasil), abri um canal no YouTube e comecei a postar vídeos; em pouco mais de um ano, consegui mais de 18 mil inscritos e mais de 1.370.000 visualizações.

Depois de contar brevemente essa minha trajetória que começou aos sete anos de idade na empresa dos meus pais (que era uma oficina mecânica), desafiei a plateia perguntando qual era a minha principal atividade ou qual era o ramo da minha empresa.

Como já era esperado, NINGUÉM conseguiu imaginar que eu era um REPARADOR AUTOMOTIVO. Ao revelar, percebi que todos ficaram chocados, pois não esperavam tanto de alguém cuja a profissão historicamente fora inferiorizada.

Meu objetivo foi mostrar que na vida temos dois caminhos a seguir: o da mediocridade, onde podemos ficar naquela zona mediana chamada de “zona de conforto” ou o caminho da excelência, onde nada é tão fácil e os desafios são constantes.

Medíocre, no sentido literal da palavra, significa: “De qualidade média, mediana; que não é bom nem mau; sem criatividade nem originalidade; banal.

A mediocridade não é um estado intrínseco à pessoa, ou seja, a pessoa não nasce medíocre, ela se torna quando se permite fazer o mínimo aceitável.

A pessoa medíocre estuda para tirar a nota mínima para passar, e quando alcança fica feliz.

Nessa palestra eu utilizei por diversas vezes uma frase que um dia se tornou um mantra na minha vida. O autor foi um historiador americano, o 26º presidente dos Estados Unidos - Theodore Roosevelt.

“É muito melhor arriscar coisas grandiosas, alcançar triunfos e glórias, mesmo expondo-se à derrota, do que formar filas com os pobres de espírito, que nem sofrem muito, nem gozam muito, porque vivem nessa penumbra cinzenta, não conhecem derrota nem vitória”.

Com essa frase eu quis mostrar para aqueles que estavam me assistindo em absoluto silêncio e ouvindo com uma atenção incrível que, quando você escolhe ficar na mediocridade, também escolhe esconder suas habilidades, seus talentos, e acaba deixando muitas oportunidades passarem.

Quando você identifica a necessidade de sair ou de não cair na “zona média”, significa que já deu o primeiro passo para o aprimoramento contínuo.

O segundo passo é fazer um diagnóstico começando pelo AUTOCONHECIMENTO, por meio do qual  você irá definir seus objetivos, identificar os obstáculos e as forças necessárias para superá-los. Da mesma forma, deverá descobrir quais são suas fraquezas e quais habilidades irá precisar para compensá-las.

Com esse diagnóstico em mãos, você terá possibilidade de traçar uma estratégia para aprimorar-se e vencer os desafios vindouros.

Investir no aperfeiçoamento pessoal permite que você saiba aonde quer chegar, tenha as ferramentas necessárias para atingir seus objetivos e a autoconfiança necessária para empreender os esforços.

Como gestor de uma oficina mecânica, percebi que desenvolver a parte intelectual é tão importante quanto a parte técnica, por isso fui estudar disciplinas que “teoricamente” fogem do escopo de um Reparador automotivo.

Essa mudança de pensamento e de atitude é necessária porque, segundo o historiador americano Henry Steele Commager,

“A mudança não assegura necessariamente o progresso, mas o progresso implacavelmente requer mudança”.

A minha plateia na palestra era composta por 700 pessoas, dentre elas Oficiais das mais altas patentes e os alunos (Cadetes); essa frase caiu como uma luva para parte dos Cadetes que eram o meu público alvo. A mensagem que eu reforcei de forma explícita foi: “após a conquista da tão esperada formatura, se ficarem na zona de conforto porque atingiram o objetivo, o tempo irá passar e vocês certamente serão em algum momento, preteridos”!

Como não podia deixar de ser, sempre ao final das minhas palestras, faço questão de tornar público a minha gratidão ao Jornal Oficina Brasil por ter confiado em mim e acreditado na minha capacidade de aprimoramento como uma ferramenta capaz de contribuir com a valorização dos profissionais da Reparação automotiva por intermédio da troca de experiência e conhecimento.

Para finalizar, uma frase de uma pessoa que é conhecida e reconhecida por todos, o empresário Silvio Santos:

“É feliz quem sonha, mas só tem sucesso quem se dispõe a pagar o preço para transformar o sonho em realidade”.

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