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Heliar revela qual o segredo para se destacar no mercado de reposição e sua presença nas montadoras

Em entrevista exclusiva, Alexandre Schaefer, Gerente de Marketing e Estratégia da Clarios, fala como faz para se diferenciar das outras marcas, como encara o desenvolvimento tecnológico e os desafios futuros

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Por Da Redação


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Conte um pouco de sua trajetória profissional até os dias atuais à frente do departamento de Marketing da Heliar? R.:Entrei na Clarios em 2012 na área financeira, participando de projetos no Brasil e na Colômbia, e depois nas nossas unidades dos Estados Unidos e do México, na área de Excelência Comercial.   Retornei ao Brasil em 2018, já na área de marketing, com o objetivo de desenvolver as áreas de marcas e preços e, finalmente, no último ano, assumi a responsabilidade por Marketing e Estratégia para o cone Sul.

O mercado de bateria no aftermarket é bem concorrido, em função de uma oferta abundante de marcas. Como a Heliar se diferencia neste ambiente e qual a estratégia para se destacar no mercado de reposição?

R.: A Heliar carrega o que há de melhor e mais inovador em tecnologia para baterias. Nos seus 90 anos de história, esteve sempre à frente do seu tempo, ditando tendências com muitas inovações e com as mais avançadas tecnologias do segmento. Essa trajetória tornou a marca reconhecida pela qualidade tanto pelos especialistas quanto pelos consumidores. Somado a isso, temos uma rede de distribuição robusta que possui forte conexão com o negócio, parceria de longa data conosco e que leva nossos produtos a mais 50 mil pontos de vendas em todo Brasil. 

Já que nossos leitores são técnicos, e considerando que a HELIAR é um dos maiores fabricantes de baterias do mundo, como vocês encaram a questão do desenvolvimento tecnológico numa indústria que vive uma evolução tão acelerada?

R.: De maneira geral, vemos uma tendência de crescimento acelerado das baterias avançadas, à medida que a tecnologia vem sendo adotada pelas montadoras e gerando demanda também no mercado de reposição. Não há dúvida de que a tendência de crescimento das baterias com tecnologia é maior do que o das baterias convencionais. Temos feito um esforço também de facilitar e promover a adoção dessas tecnologias. Em muitas situações, as baterias de chumbo-ácido com tecnologia EFB (da sigla em inglês Enhanced Flooded Battery, em português Baterias 

Convencionais Melhoradas) e AGM (do inglês Absorbent Glass Mat, em português manta de fibra de vidro absorvente) permitem que uma montadora faça um aprimoramento do seu produto utilizando uma tecnologia mais avançada. Isso acaba resultando em um benefício de performance e de custo e, ao mesmo tempo, habilita outras funções.

A Heliar tem uma forte presença nas montadoras e ao mesmo tempo uma destacada atuação no mercado de reposição. Com desafios tão diversos, qual a “fórmula” para se destacar nestes dois segmentos?

R.: Globalmente, a Clarios produz cerca de 150 milhões de baterias ao ano, o que representa 1/3 da produção de toda indústria. Para isso, utiliza as melhores práticas em operações, processos e cadeia circular de suprimentos. Nossos times trabalham de maneira conjunta com nossos clientes, especialmente, no mercado de equipamento original para o desenvolvimento de novas soluções e, além disso, mantemos parcerias em todo o mundo com institutos de pesquisa, laboratórios, universidades e parceiros estratégicos que nos apoiam constantemente na evolução do portfólio e desenvolvimento de novas tecnologias.

Todo esse conhecimento é aplicado na produção das nossas baterias em todas as unidades da Clarios e, por isso, a Heliar carrega o que há de melhor no mundo em baterias, o que é amplamente reconhecido por nossos clientes. 

Identificamos, pelo menos, duas “vertentes” na formação demanda de baterias no mercado de reposição. Uma da demanda “emergencial” na qual o próprio dono do carro e as seguradoras são os principais clientes. Já a segunda vertente consideramos a demanda “técnica”, que nasce na oficina mecânica.

A Heliar visualiza o mercado de reposição com esta distinção?

R.:  Nós enxergamos os canais de forma distinta sim, pois o especialista “respira” bateria e tem seu negócio 100% focado nisso, enquanto para o mecânico, bateria é um serviço adjacente ao negócio principal dele, mas ambos têm muita relevância na jornada de compra e troca, pelo conhecimento que carregam e influenciam diretamente os consumidores na escolha das marcas. 

Sobre o aspecto da geração de demanda, de fato o consumidor brasileiro, de modo geral, não faz troca preventiva da bateria, isso acontece, quase sempre, somente no momento da necessidade, em um ciclo de busca e decisão pela compra bastante rápido. Reconhecer esses comportamentos é fundamental para elaborar estratégias vencedoras e que tragam soluções práticas para o consumidor, independentemente do local que ele escolha trocar a bateria. 

Na esteira da pergunta acima, segundo pesquisa da CINAU o consumo anual de baterias na oficina é de 5,4 milhões de unidades trocadas de forma “técnica”. Este público e esta forma de demanda compõem um foco estratégico para a Heliar? Em caso positivo, que ações estão previstas para ganho de Market Share neste segmento específico?

R.: Com certeza. Temos consciência da relevância dos mecânicos dentro do nosso segmento e, por isso, nosso modelo de atendimento para as oficinas é um dos focos do nosso trabalho nos próximos anos, também por conta de uma demanda crescente por serviços especializados em virtude do avanço de novas tecnologias e da complexidade dos veículos. 

Agora sobre o Heliar Express, serviço de busca e a instalação de baterias voltado aos consumidores finais (donos de carros), em mais de 150 cidades. Como está sendo a experiência da plataforma?

R.: A Plataforma Heliar Express está no ar desde 2020 e seguirá em expansão. O volume de vendas vem crescendo, especialmente, desde o início da pandemia, quando a adoção das compras on-line deu um salto, com a chegada de novos usuários, que estavam tendo essa experiência pela primeira vez.  A digitalização é um caminho sem volta e ter soluções que visam facilitar a vida de consumidores, por meio da conveniência que as plataformas digitais proporcionam, não é uma questão de escolha, é fundamental para garantir a sustentabilidade do nosso negócio.  

Uma grande discussão no momento é a popularização do carro elétrico. Definições de matrizes energéticas, consumo, autonomia, formas de carregamentos, entre outros, são pauta de grande relevância para sociedade. Como a Heliar (Clarios), líder mundial em soluções avançadas de armazenamento de energia, está posicionada neste assunto?

R.: Uma de nossas principais linhas de desenvolvimento são as baterias de baixa voltagem de lítio-íon que objetivam potencializar a redução de emissões em veículos de combustão interna. 

Entendemos que o desafio futuro em relação à eletrificação dos veículos vai ser encontrar um equilíbrio entre veículos de combustão interna com tecnologia de redução de emissão, veículos totalmente elétricos e veículos híbridos. Entendemos que o portfólio vai manter-se diversificado.

A Clarios está focada nas tecnologias de veículos a combustão com tecnologia de redução de emissão e em veí­culos híbridos. Como portfólio de tecnologia, acreditamos que esse vai ser um desenho ideal: combinar tanto as possibilidades de escala de ciclo fechado, de economia circular, e o potencial de menor dano na produção de uma bateria.

Esta última não é uma pergunta, mas um espaço para o senhor transmitir sua mensagem aos nossos 200 mil leitores (todos profissionais da mecânica e alocados em 53 mil oficinas como atesta o Instituto Verificador de Circulação).
Fique à vontade para expressar o que quiser.

R.: No ano de 2021, a Heliar completou 90 anos no Brasil e sua trajetória nos enche de orgulho.

Isso só é possível por meio do trabalho de inúmeros profissionais, muitos deles mecânicos, que colocam a mão na massa e servem clientes com a nossa energia. 

Em nome da Clarios, e da Heliar, eu gostaria de agradecer a todos os profissionais, que seguem construindo essa história de inovação e liderança todos os dias. 

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