Oficina Brasil


MAR-1 Máquinas Agrícolas e Rodoviárias colocam o Brasil em níveis de emissões internacionais

A fase 1 do PROCONVE MAR-1, conforme a res. CONAMA 433/2011, é similar à norte-americana Tier 3 e a europeia Stage 3, aplicável às máquinas agrícolas e de construção (rodoviária) novas, nacionais e importadas

Compartilhe
Por Antonio Gaspar de Oliveira


Avaliação da Matéria

Faça a sua avaliação

O mercado nacional de equipamentos e máquinas para aplicação agrícola e na construção atende a novos parâmetros de emissões de gases e ruídos de acordo com a resolução Conama 433 e para serem atendidos, os novos limites de emissões da MAR-1 exigem, além de modificações nos motores, a utilização de diesel com teor de enxofre reduzido.  

Todo setor automotivo já estava sob legislação de emissões e o último setor foi para veículos utilizados fora de estrada – agrícola e construção. 

Para atender aos limites da legislação, novas tecnologias estão sendo aplicadas nas máquinas agrícolas e de construção (rodoviárias). 

Controle eletrônico de injeção – É uma tecnologia comum a muitos fabricantes, introduzido nos motores, que garante maior pressão de injeção e melhor precisão no fluxo de combustível.  

Recirculação do Gás de Escapamento ou Exhaust Gas Recirculation (EGR). Tecnologia pela qual o gás de escapamento retorna à câmara de combustão do motor, reduzindo a temperatura da combustão e a formação de óxidos de nitrogênio (NOx). 

Redução Catalítica Seletiva ou Selective Catalityc Reduction (SCR). Neste sistema, um reagente líquido (o Arla 32) é pulverizado no gás de escapamento, ocorrendo uma reação química no catalisador que praticamente neutraliza a geração de NOx. Nos casos da utilização do SCR, pode haver um mecanismo de avaliação conhecido como OBD (On-Board Diagnose), que identifica a presença do Arla 32 e também registra as falhas causadas pelo não uso do reagente. Além disso, o OBD também poderá reduzir a potência do motor no caso de falta de Arla 32, além de alertar o operador por meio de luzes indicadoras no painel. Quanto ao material particulado (MP), esse poluente é reduzido no próprio motor durante a combustão e no escapamento tem um sistema que retém este material particulado que é monitorado eletronicamente e posteriormente será queimado.  

A legislação brasileira para o controle da emissão de poluentes por veículos leves sempre se baseou na legislação aplicada pelos EUA, ao passo que para veículos pesados baseou-se na regulamentação europeia 

No entanto, diferentemente da legislação para os veículos pesados, que apresenta poucas diferenças em relação à legislação praticada na Europa, a legislação aplicável aos veículos leves apresenta maior número de adaptações em relação aos Estados Unidos, tanto em tempos de prazo de implantação quanto em procedimentos e limites, em função de peculiaridades de nossa realidade como por exemplo a adição de etanol à gasolina. 

O êxito do programa se deve a um cronograma bem elaborado, com etapas cada vez mais restritivas, e sempre em sintonia com a realidade brasileira. 

Alguns dos resultados mais expressivos alcançados pelo PROCONVE/ 

PROMOT são: 

1. modernização do parque industrial automotivo brasileiro; 

2. adoção, atualização e desenvolvimento de novas tecnologias; 

3. melhoria da qualidade dos combustíveis automotivos; 

4. formação de mão de obra técnica altamente especializada; 

5. aporte no Brasil de novos investimentos, de novas indústrias, de laboratórios de emissão 

6. geração de empregos; 

7. diversificação do parque industrial; e o maior de todos os seus feitos 

8. redução, na fonte, de até 97% da emissão de poluentes. 

Antes do programa, a emissão média de monóxido de carbono de um veículo era de 54 g/km, hoje essa emissão é 0,375 g/km. Mesmo com o significativo aumento da frota brasileira de veículos automotores, esses resultados fizeram com que se tivesse condições de exercer um melhor controle sobre a poluição atmosférica, garantindo a qualidade do ar nas grandes cidades brasileiras. 

Os resultados positivos alcançados, até agora, podem ser vistos nos gráficos que mostram significativas reduções dos fatores de emissão de monóxido de carbono (CO), hidrocarbonetos (HC), óxidos de nitrogênio (Nox) e do material particulado dos veículos diesel. 

Emissões estimadas de CO por categoria de veículos. 

Emissões estimadas de hidrocarbonetos não metano – 

NMHC – por categoria de veículos. 

 

Emissões estimadas de NOx por categoria de veículo. 

Emissões estimadas de material particulado – MP – por categoria de veículo. 

Definições: 

Máquina Rodoviária: Máquina autopropelida de rodas, esteiras ou pernas, que possui equipamento ou acessórios projetados principalmente para realizar operações de abertura de valas, escavação, carregamento, transporte, dispersão ou compactação de terra e materiais similares. 

Máquina Agrícola: Máquina autopropelida de rodas ou esteiras, que possui equipamentos ou acessórios projetados principalmente para realizar operações no preparo do solo, plantio, tratos culturais, colheita de produtos agrícolas e florestais. 

Atendendo à resolução 

A partir de 1º de janeiro de 2015, os motores com faixas de potência igual ou superior a 37 kW, destinados a novos lançamentos de máquinas rodoviárias, devem atender aos limites da fase MAR-1. 

A partir de 1º de janeiro de 2017, todos os motores destinados às máquinas rodoviárias em produção ou importados, para todas as faixas de potência, devem atender aos limites da fase MAR-1. 

A partir de 1º de janeiro de 2017, todos os motores destinados às máquinas agrícolas novas, em produção ou importadas, com potência igual ou maior de 75 kW, devem atender aos limites da fase MAR-1. 

A partir de 1º de janeiro de 2019, todos os motores destinados às máquinas agrícolas novas, em produção ou importadas, com potência igual ou superior a 19kW e até 75 kW, devem atender aos limites da fase MAR-1.

Os níveis de emissões medidos nos motores de máquinas agrícolas e rodoviárias são expressos em g/kWh e referem-se à massa do poluente emitida por hora por unidade de potência. 

Para a FPT dimensionar a evolução da tecnologia de controle de emissões, basta comparar os novos motores que emitem em média 60% menos poluentes em relação a um motor da série anterior sem controle de emissões. Isso representa a redução de emissão de Material Particulado (MP) na atmosfera em cerca de 1.000 toneladas ao ano e de 12.000 toneladas de óxidos de nitrogênio, considerando-se os volumes de produção de máquinas e tratores que hoje utilizam motores FPT Industrial no mercado brasileiro anualmente. 

“Imagine seis máquinas em conformidade com MAR-1 trabalhando no campo. Elas geram juntas, uma quantidade de material particulado e óxidos de nitrogênio que era gerado por apenas uma máquina anterior sem controle de emissões”. 

 

A JCB que tem produtos específicos para a agricultura e construção e reconhece os benefícios destas alterações promovidas pela implantação da fase PROCONVE MAR-1. Está nos ganhos em desempenho das máquinas JCB, que permitem a redução das emissões de material particulado, menor desgaste dos anéis e cilindros, aumento da vida útil e menor deterioração do óleo lubrificante. 

Os fabricantes de motores para aplicações na agricultura e na construção estão utilizando o selo do IBAMA que confere a homologação do produto junto ao PROCONVE MAR-1. 

Como exemplo, a John Deere apresenta: 

Este equipamento está em conformidade com as normas de emissão de poluentes MAR-1, por meio da tecnologia empregada nos motores John Deere que conferem melhor eficiência na conversão do combustível em potência e torque, resultando em maior produtividade, economia e redução na emissão de gases poluentes e de material particulado.  

Comentários