DIAGNÓSTICO
Diante do relato, o reparador iniciou o processo de diagnóstico, anotando o passo a passo que iria conter todos os testes a realizar até descobrir a causa do mau funcionamento do veículo. Em seu plano de ação a primeira delas era verificar a presença de algum código de falhas presente na memória da central de comando do motor.
Assim, ao acessar a memória de avarias do módulo através do scanner constatou a presença do código P0303, que se refere a falha de combustão do terceiro cilindro. A partir daí, sabia quais os passos que deveria realizar para descobrir o que estaria causando o baixo desempenho do cilindro em questão. O primeiro sistema a ser verificado era o de ignição, assim fez uma inspeção visual nas velas e cabos, constatando que estavam com desgaste excessivo, realizou sua substituição, entretanto, o problema permaneceu.
O próximo passo era a inspeção do sistema de alimentação de combustível, em especial, dos bicos injetores, que foram testados quanto ao leque, vazão, estanqueidade, por fim foi realizada a limpeza utilizando o ultrassom, mesmo assim o veiculo continuava com a falha.
Na sequência prevista em seu plano, constava como passo fundamental a confirmação da vazão e compressão dos cilindros, assim utilizando do medidor de compressão e vazão, fez as medições e concluiu que tudo estava dentro dos parâmetros.
Durante a entrevista consultiva o proprietário falou que este veículo já tinha utilizado gás natural como combustível, o reparador, a partir deste relato, desconfiou de trincas no cabeçote ou sede de válvulas gastas, por isso enviou o cabeçote para a retífica para garantir que não havia nenhum problema nesse componente, recebeu o cabeçote revisado e o instalou seguindo com bastante critério a sequência de instalação dos parafusos e o torque específico de acordo com a recomendação do fabricante. Mesmo diante de todos os serviços realizados o motor permanecia falhando, especificamente seu 3º cilindro.
SOLUÇÃO
Feito todos os testes previstos, sem sucesso, o técnico sabia que tinha que estudar mais sobre detalhes acerca de seu sistema mecânico e sistema de gerenciamento eletrônico, assim iniciou uma pesquisa detalhada sobre possíveis problemas referente a este veiculo, que por ventura, outros colegas reparadores tinham se deparado.
Descobriu que a engrenagem fixada na árvore de manivelas que recebe a correia dentada tem histórico de desgaste excessivo, ocasionando vários problemas no funcionamento do motor, desta forma, foi verificar o estado da engrenagem a fim de garantir que este não seria o motivo de sua problemática.
Fez a inspeção visual constatando que a mesma estava em perfeito estado. Em meio as diversas informações que havia sobre esse veículo, uma em especial sobre o comando de válvulas, lhe chamou bastante atenção, pois destacava que o comando aplicado nesse motor tem os cames prensados e não usinados, o que possibilita um deslocamento, ocasionando falhas de combustão e baixo desempenho em um ou mais cilindros, que se encaixava exatamente na situação em que estava.
Sem perda de tempo, substituiu o comando, apagou o código de falhas e realizou o teste de rodagem no veículo, que não acendeu mais a luz espia do sistema de injeção assim como estava com o funcionamento perfeito em seu motor.