Oficina Brasil


Fevereiro foi excelente para as oficinas

Após a notícia positiva do fechamento positivo de 2020, o PULSO DO AFTERMARKET mantém o monitoramento sistemático das oficinas, avaliando tanto o número de passagens (serviços) quanto a percepção dos reparadores. Como já é tradicional a mala-direta Oficina Brasil traz com exclusividade os resultados de fevereiro. Acompanhe!

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Por CINAU


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“Eu sou você amanhã”. Com este bordão a campanha da vodca Orloff  dos anos 80 se eternizou e virou referência toda a vez que queremos ilustrar uma ação presente que tem consequências futuras.  

Quando estudamos a dinâmica do mercado de reposição o mote da Orloff é mais real do nunca, pois percebemos que o acontece no dia de hoje na oficina, respeitando um crescente “delay”, vai refletir na loja de autopeças, no distribuidor, concessionária, etc... até impactar no estoque do fabricante.

Diante dessa realidade, quando o PULSO DO AFTERMARKET aponta que o mês de fevereiro foi acima da média, isso significa que as compras de autopeças e lubrificantes foram acima do padrão e que as lojas venderão mais, e toda a cadeia de reposição no seu respectivo timing será beneficiado.

Neste sentido ouvimos de muitos especialistas do aftermarket que a demanda elevada do final de 2020 poderia (um certo “achismo”) conter um efeito “eco” ou “rebote” contendo pedidos “fantasmas” que inflacionaram a demanda dos agentes comerciais e que estes estoques  não seriam absorvidos pelo mercado, representando possível encalhe e prejuízos aos elos comerciais da cadeia. 

Não é foco da CINAU estudar o comportamento dos agentes comerciais (distribuidores, lojas, atacarejos, etc...)  pois nosso objeto de estudo é a oficina mecânica, e pelo comportamento das reparadoras a demanda do final de 2020 foi bem acima da média (como é possível conferir no gráfico que abre esta matéria) e se mantém forte no primeiro bimestre.

Agora, se a demanda e estocagem dos agentes comerciais foi acima do que as oficinas consumiram, aí observaremos mesmo os efeitos antecipados pelos estudiosos do comportamento dos agentes comerciais da cadeia. 

Neste processo de grande especulação, que sempre foi o mercado de reposição de autopeças, a grande novidade é que o PULSO DO AFTERMARKET mostra de forma clara (sem “achismos”) e  praticamente instantânea o que acontece na oficina e que inexoravelmente vai refletir nos elos superiores da cadeia de aftermarket se prepararem com antecipação e não ficarem passivamente esperando para saber como será a demanda ou especulando a ponto de criarem efeitos como “ecos” e “rebotes”, que se verdadeiros só trouxeram prejuízos e a confirmação de decisões são tomadas sem informação da oficina.

Muito além do movimento

Saber que o número de serviços está acima da média é uma coisa positiva, porém este indicador “quantitativo” pode não ser suficiente para compor o cenário geral das condições de operação das oficinas independentes. É por isso que além das informações sobre passagens a CINAU (responsável pelo PULSO DO AFTERMARKET) realiza “surveys” quinzenais junto aos donos de oficinas apreciando outros aspectos muito além do número de serviços.

Assim, entre os dias 2 e 3  de março a CINAU ouviu 430 oficinas para avaliar outros aspectos, formando um painel de indicadores, que já são bem familiares para quem acompanha esta série de matérias de “mercado” do Oficina Brasil.

Você que já é leitor assíduo deste material ou assina o PULSO DO AFTERMARKET (www.pulsodoaftermarket.com.br) pode tirar suas próprias conclusões pelo histórico dos registros que podem ser sequenciados desde a primeira edição deste boletim na edição de maio do Oficina Brasil.

Impactos do Coronavírus na Indústria da Reparação Automotiva


De toda a forma, olhando os resultados deste último estudo passamos a seguir nossa interpretação sobre as mutações que consideramos mais relevantes.

O fantasma da falta de peças está cada vez mais assustador e o indicador de percepção de dificuldade para encontrar peças bateu o índice mais alto da série histórica da pandemia, com 69% dos reparadores informando o recrudescimento desta situação.

Sempre que falamos em falta de peças lembramos da situação vivida pelo mercado de reposição em 2009, quando nosso indicador bateu 82% das oficinas reclamando da dificuldade de encontrar peças, o que na época caracterizou efetivamente um desabastecimento do mercado.

No cenário atual entendemos que caminhamos para esta condição, porém o que ouvimos das oficinas é que esta falta de peças está restrita aos “itens cativos” normalmente comprados nas concessionárias das montadoras. Assim, faz todo o sentido esta falta de componentes no momento em que algumas montadoras estão parando a produção por falta de peças.

Outro indicador que preocupa é a percepção de 38% das oficinas de que o valor médio dos serviços caiu e pode significar um esvaziamento do bolso do proprietário do carro que está restringindo os serviços ao mínimo possível.

Reunindo os indicadores quantitativos e qualitativos nossa análise final é que o primeiro bimestre foi excelente para as oficinas e esta realidade vai se refletir “cadeia acima” provando que não há crise em nosso setor. Por outro lado e pela primeira vez, acende-se uma luz amarela sobre o futuro próximo, pois existe marcadores que mostram que há sinais de fragilidade “hot spot” do mercado de reposição, ou seja, a oficina, afinal quando a oficina piora sua condição, toda a cadeia perde, o tal “eu sou você amanhã”.

Diante desta realidade o momento é de atenção, já o lado positivo é que graças ao PULSO DO AFTERMARKET e a CINAU você poderá ter ciência antecipada das condições do mercado.

Até a próxima edição. 

 

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