Oficina Brasil


A evolução tecnológica automotiva tem muitas surpresas sobre os períodos de desenvolvimento - Parte 1

Muitas vezes achamos que os carros modernos e as suas tecnologias avançadas surgiram com o avanço dos computadores e softwares dedicados, que permitem criar um carro de forma virtual, mas não é bem assim

Compartilhe
Por Antonio Gaspar de Oliveira


Avaliação da Matéria

Faça a sua avaliação

Vamos dar uma olhada na época em que os carros literalmente começavam a engatinhar com os mais variados tipos de projetos e perceberemos que há uma sintonia com o que ocorria desde 1700 até agora em 2022. Entre o ano de 1700 até 1890, a tecnologia automotiva estava sendo aplicada em veículos movidos a vapor e energia elétrica e aqui está uma surpresa ao descobrir que os veículos elétricos não são um conceito novo.

Nesta época, o vapor era a fonte de energia para movimentar os primeiros veículos e os trens, que já eram mais utilizados para o transporte de pessoas e cargas.

Pelo tamanho reduzido dos veículos em comparação com os trens de ferro, ainda havia muitas deficiências, pois os carros movidos a vapor demoravam muito para dar partida e a autonomia era limitada. 

Logo no início de 1800, surgiram os primeiros veículos elétricos e bastaram apenas algumas décadas para estes veículos atingirem avanços, que se aproximavam dos veículos elétricos atuais. Nos Estados Unidos foi construído o primeiro carro elétrico em 1890, que tinha velocidade máxima de 22 quilômetros por hora e espaço para seis pessoas.

Bastaram apenas 10 anos para a frota de veículos elétricos nos EUA atingir cerca um terço do total de veículos naquele pais.

As vantagens dos veículos elétricos eram muitas em comparação como carro a vapor, porque não eram tão difíceis de dar partida e para dirigir não envolvia mudanças de marcha difíceis. Naquela época, assim como hoje, os primeiros veículos elétricos eram silenciosos e não emitiam poluição do ar.

Alguns ícones muito conhecidos hoje tiveram seu início há muito tempo, como o primeiro carro movido a gasolina desenvolvido por Karl Benz em 1885, que parecia um triciclo com espaço para duas pessoas.

Mais uma novidade surgiu em 1898, quando Ferdinand Porsche criou um veículo revolucionário, foi o primeiro veículo híbrido movido a eletricidade e gás. Ali já estava um modelo para os híbridos que seriam construídos mais de 100 anos depois.

A marca Ford teve início com o Modelo T de 1908, quando Henry Ford revolucionou com a criação da linha de montagem.

Este modelo era movido a gás e foi produzido em massa, o que tornou o modelo muito acessível para toda população da época. 

Nesta mesma época a Ford estava desenvolvendo uma bateria melhor para os veículos elétricos e quem estava nesta frente de trabalho era Thomas Edison, mas o sucesso do modelo T acessível interrompeu o avanço do projeto. 

O Modelo T da Ford foi o primeiro carro do mundo produzido por linha de montagem. Foi um grande salto na tecnologia, que tornou o carro mais barato e mais acessível. Era equipado com motor a gasolina de 20 cavalos e podia atingir velocidades de 70 km/h. Entre tantas novidades tecnológicas sendo aplicadas nos veículos, a invenção da partida elétrica em 1912 eliminou a necessidade de uso de manivelas para dar início ao movimento do motor até ele entrar em funcionamento. As manivelas eram consideradas perigosas porque o motor podia pular quando o carro dava partida, ocasionalmente ferindo o motorista.

As inovações aplicadas nos veículos são tantas e será preciso criar uma linha do tempo para mostrar cada invenção que transformou a forma de locomoção no planeta. 

Os componentes ou acessórios instalados nos veículos determinavam a sua classificação como carro básico ou de luxo, que estabelecia preços diferentes e esta estratégia não foi mantida até os dias atuais

A forma de produção de veículos em massa permitiu o desenvolvimento de algumas das primeiras tecnologias automotivas como velocímetros, cintos de segurança, para-brisas e espelhos retrovisores, mas vamos acompanhar estes desenvolvimentos que continuam nos causando surpresas.

1921 – Os acendedores de cigarros eram aquecidos por eletricidade, além da instalação do cinzeiro no painel do carro, que logo se tornaram padrão na maioria dos carros. Atualmente os cinzeiros foram descartados, mas os acendedores de cigarros receberam uma nova aplicação como tomada de força, para conectar equipamentos elétricos, como navegadores por satélite e carregadores de celulares. 

1930 – O primeiro equipamento de som automotivo foi criado neste ano, com frequência monofônica AM. Então, pela primeira vez era possível dirigir ouvindo músicas, mas foram necessários mais 22 anos para o rádio receber a frequência FM, isso aconteceu em 1952. (Fig.8)

1934 – A suspensão de mola helicoidal é o resultado das montadoras na busca por mais conforto e tornar a condução mais segura e confortável. No início, apenas as duas dianteiras receberam a mola helicoidal de metal, que se comprime para absorver o choque, minimizando os solavancos de buracos nas ruas e estradas. 

1949 – Neste ano teve o início do desenvolvimento da chave do carro, que combinava a tecnologia para dar partida, fazendo o motor girar, combinado com o acionamento da ignição. O sistema foi montado dentro do mecanismo da chave e logo todos os fabricantes seguiram a tendência moderna de dar partida no motor.

1951 – Foi a vez da direção hidráulica, tecnologia que usa a força hidráulica para amplificar a pressão no movimento de direção das rodas, enquanto o volante está sendo girado. 

1953 – O ar-condicionado foi instalado em um Chrysler Imperial, que foi o primeiro carro de produção a ter ar-condicionado como opcional. O sistema oferecia três configurações: baixo, médio e alto, no ano seguinte, surgiram sistemas com aquecimento frontal, ventilação e ar-condicionado, completando o conforto necessário ao dirigir em qualquer estação do ano.

1958 – O controle de cruzeiro (piloto automático) foi um sistema desenvolvido para permitir ao motorista manter uma velocidade constante sem o uso do acelerador. O sistema facilitou a condução estável, especialmente durante as viagens em estradas, claro que este diferencial estava instalado nos modelos de luxo.

1959 – Os cintos de segurança de três pontos foi desenvolvido pela Volvo, que gentilmente decidiu ceder a patente de graça para as outras montadoras, pois sabia que isso salvaria vidas. Para quem é curioso, observe a logomarca da Volvo e verá uma semelhança com o cinto de segurança. A obrigatoriedade do uso do cinto pelos ocupantes do carro dependeu das ações de cada governo em cada país, no Brasil só ocorreu a partir de 1994, é triste saber que boa parte da população usa o cinto pelo medo de receber uma multa e não pela segurança e preservação da sua vida.

1960 – Os vidros elétricos, desde o seu desenvolvimento, têm sua aplicação apenas em carros de luxo ou em alguns modelos com um pouco mais de recursos e ainda permanece como opcional na maioria dos carros, principalmente nas portas do banco traseiro. Para quem utiliza o ar-condicionado, abaixar as janelas do carro não se faz necessário.

1969 – Surgiram os primeiros limpadores de para-brisa intermitentes, que disponibilizavam apenas uma velocidade e foi a Ford que mudou isso para ajustar a velocidade de funcionamento do limpador.

1970 - Toca fita cassete estéreo chegou nesta década, quando as montadoras começavam a instalar equipamentos de som que podiam funcionar com a mais recente tecnologia de fita cassete. 

1971 – A tecnologia do sistema de freios ABS ou Anti-Lock Braking System é uma tecnologia inteligente que impede o travamento das rodas durante frenagens bruscas, evitando derrapagens e travamento das rodas, principalmente em dias de chuva. Foi originalmente usado em trens e aeronaves como o Concorde, antes de ser adaptado para o uso automotivo.

1973 – A tecnologia do conversor catalítico foi concebida para limpar os gases poluentes expelidos pelo escapamento dos veículos, reduzindo as emissões tóxicas geradas pela combustão do motor. Os conversores catalíticos tornaram-se obrigatórios em carros a gasolina no Brasil a partir de 1997.

1974 – Os visores de painel digital colocaram fim nos nostálgicos mostradores analógicos. O primeiro display digital do painel apareceu em um Aston Martin, que incluía computadores de bordo, leituras de velocidade, temperatura e medidas de economia de combustível. No entanto, os painéis digitais não eram tão populares entre os motoristas na época, e a maioria dos carros atuais ainda usa um velocímetro analógico ao lado dos displays digital. Novamente, só os carros mais sofisticados e luxuosos ostentam sistemas totalmente digitais.

1984 – Leitores de CD, esta tecnologia chamada CDX-1 tornou-se o primeiro CD player de carro, substituindo as fitas cassete, que se tornaram uma tecnologia antiga.

1988 – Os airbags foram instalados oficialmente em carros de produção neste ano de 1988, mas no início, eles eram apenas para motoristas, atualmente são para a segurança de todos, a tecnologia de airbags pode ser colocada em todo o carro para proteger todos os passageiros. 

Continua na próxima edição 

Comentários